Covid-19: estudos mostram que pessoas fisicamente ativas respondem melhor à vacina

Um estudo divulgado no mês de agosto, realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e colaboradores, mostrou que manter um estilo de vida fisicamente ativo pode turbinar a resposta imune induzida por vacinas contra a Covid-19.

A pesquisa foi realizada com 1.095 voluntários divididos entre dois grupos: pessoas com doenças reumatológicas e pessoas sem doenças. Em ambos, os pesquisadores analisaram quem tinha uma vida ativa e quem era sedentário, e qual foi a reação da vacina.

O estudo considerou como atividade física práticas de lazer, como caminhada, corrida, dança e passear com o cachorro, além de atividades domésticas, como limpar casa, lavar roupa na mão e cuidar do jardim. Também considerou o trabalho, como carregar peso, e ainda o descolamento, como andar a pé ou de bicicleta para o trabalho.

Foram considerados “ativos” os voluntários que relataram ao menos 150 minutos de atividades semanais, somando os vários domínios analisados e não apresentavam comportamento sedentário, ou seja, não passavam mais de oito horas diárias sentados ou deitados.

Todos os participantes foram imunizados com a CoronaVac entre fevereiro e março de 2021. Também foram colhidas amostras de sangue para análise entre 28 e 69 dias após serem imunizados com a segunda dose.

Analise dos dados

Na comparação ajustada, os pacientes imunossuprimidos (que possuem deficiência no sistema de defesa do corpo) fisicamente ativos, apresentaram uma chance 1,4 vez maior de atingir a soroconversão, ou seja, anticorpos para se defender contra a infecção.

Já entre os voluntários sem doença autoimune, a chance de soroconversão foi 9,9 vezes maior entre os fisicamente ativos e observou-se um aumento de 26% na quantidade de anticorpos.

Embora só tenham sido analisados indivíduos vacinados com a CoronaVac, os pesquisadores consideraram plausível que a imunização causada pelas demais vacinas tenha o mesmo efeito se somada a atividades físicas.